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Valorização do real representa dupla armadilha para a indústria brasileira
Na saída da crise financeira, o câmbio valorizado pode causar mais estragos na indústria brasileira do que na entrada.
Na saída da crise financeira, o câmbio valorizado pode causar mais estragos na indústria brasileira do que na entrada. Com o dólar ameaçando romper para baixo o nível de R$ 2, as indústrias brasileiras se veem às voltas com um duplo problema: a perda de competitividade cambial aliada à redução da demanda global.
O economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central (BC), em sua apresentação no Fórum Nacional na terça-feira, no Rio, explicou que há uma assimetria nas reações atuais da economia mundial. Segundo o trabalho, "enquanto a recuperação da atividade econômica é lenta, impedindo o estímulo às exportações brasileiras através do crescimento dos preços de commodities e do crescimento do comércio mundial, a recuperação dos ingressos de capitais é mais veloz, o que conduz à valorização do câmbio real".
Para Luiz Carlos Mendonça de Barros, sócio da Quest Investimentos e ex-ministro das Comunicações, a indústria vai sofrer mais do que os exportadores de commodities, porque o preço das matérias-primas e produtos básicos está se recuperando. Desta forma, o preço em reais, considerando-se que a queda do dólar é compensada pela alta da cotação das commodities, mantém-se aproximadamente estável.
Paulo Pereira Miguel, economista-chefe da Quest, mostra um gráfico do índice CRB de commodities em reais, que apresenta uma oscilação em faixa não muito ampla desde o início da crise em meados de setembro, com apenas um breve momento de queda mais pronunciada.
Mendonça não enxerga um movimento autônomo de valorização do real, mas sim uma queda do dólar americano ante as moedas que integram a cesta de opções dos investidores internacionais. "Com a confiança conquistada pelo Brasil e o acúmulo de reservas, o real ingressou nessa cesta, o que tem aspectos positivos e negativos", ele diz.
Os negativos concentram-se na indústria de manufaturados que, ao contrário das commodities, não goza da proteção oferecida por aquele movimento inverso entre os preços e o valor do dólar. "Os manufaturados já estão perdendo competitividade e lucratividade", alerta José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
O economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central (BC), em sua apresentação no Fórum Nacional na terça-feira, no Rio, explicou que há uma assimetria nas reações atuais da economia mundial. Segundo o trabalho, "enquanto a recuperação da atividade econômica é lenta, impedindo o estímulo às exportações brasileiras através do crescimento dos preços de commodities e do crescimento do comércio mundial, a recuperação dos ingressos de capitais é mais veloz, o que conduz à valorização do câmbio real".
Para Luiz Carlos Mendonça de Barros, sócio da Quest Investimentos e ex-ministro das Comunicações, a indústria vai sofrer mais do que os exportadores de commodities, porque o preço das matérias-primas e produtos básicos está se recuperando. Desta forma, o preço em reais, considerando-se que a queda do dólar é compensada pela alta da cotação das commodities, mantém-se aproximadamente estável.
Paulo Pereira Miguel, economista-chefe da Quest, mostra um gráfico do índice CRB de commodities em reais, que apresenta uma oscilação em faixa não muito ampla desde o início da crise em meados de setembro, com apenas um breve momento de queda mais pronunciada.
Mendonça não enxerga um movimento autônomo de valorização do real, mas sim uma queda do dólar americano ante as moedas que integram a cesta de opções dos investidores internacionais. "Com a confiança conquistada pelo Brasil e o acúmulo de reservas, o real ingressou nessa cesta, o que tem aspectos positivos e negativos", ele diz.
Os negativos concentram-se na indústria de manufaturados que, ao contrário das commodities, não goza da proteção oferecida por aquele movimento inverso entre os preços e o valor do dólar. "Os manufaturados já estão perdendo competitividade e lucratividade", alerta José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).